Pesquisar este blog

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Trabalhadores lutam por saúde pública nos EUA

Os debates sobre a reforma do falido sistema público de saúde dos EUA colocam Obama frente a frente com os milhões de trabalhadores estadunidenses que votaram nele. Esse foi um dos pontos centrais da paltaforma política que o levou à presidência e agora abre uma crise politica no país entre as massas mobilizadas e as grandes empresas do setor.

No interior do movimento sindical existe uma grande campanha apoiada por organizações e militantes que defendem há muito tempo um sistema de saúde pública universal. A proposta é baseada no pagamento único e na assistência completa para todos os residentes nos Estados Unidos. O Projeto de Lei (HR 676), que propõe esse sistema de saúde, já foi apoiado por 556 instâncias sindicais de 49 estados com 130 comissões executivas e 30 federações de estados da AFL-CIO (central sindical dos EUA). Richard Trumka, secretário-geral da AFL-CIO e candidato à presidente da central, declarou apoio à proposta. Mais de 50 resoluções submetidas durante a preparação do próximo congresso da central sindical pedem apoio ao projeto de lei HR 676.

A crise econômica afetou a saúde de milhões de pessoas. Um estudo publicado na American Journal of Publica Health (Revista Americana de Saúde Pública) pelo dr. Craig Pollack da faculdade de medicina da Pensilvânia revelou que a crise financeira provocou também uma crise na saúde: milhares de famílias não se tratam por falta de dinheiro para pagar médicos e remédios e outra perderam suas casas por dívidas com hospitais.

Mas Obama apresentou um projeto de reforma da saúde que busca preservar os interesses das grandes corporações de saúde e a indústria farmacêutica. Sua proposta limita-se a oferecer uma “opção pública”, ou seja, criar um setor de saúde pública básico ao lado, e sem questionar, o setor de saúde privada. A cúpula da AFL-CIO aderiu a essa proposta em oposição ao movimento das bases em apoio ao projeto de lei HR676.

Mesmo assim, a proposta Obama desencadeou uma campanha furiosa das grandes empresas de assistência médica e farmacêuticas com apoio dos partidos democrata e republicano, afirmando que se trata de uma “socialização da medicina”. A mobilização independente dos trabalhadores nos Estados Unidos, superando na luta muitas das ilusões que muitos têm no governo Obama, é o único caminho para garantir o direito à saúde pública para todos.

Nenhum comentário: