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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Bases dos EUA querem cercar América Latina

Bases dos EUA querem cercar América Latina

O governo dos Estados Unidos e seu satélite colombiano não escondem o objetivo central das novas bases militares na Colômbia: cercar e esmagar a luta anti-imperialista na América Latina e hoje com alvo central na Venezuela.
No pacto militar assinando entre Colômbia e EUA está escrito que além do combate ao tráfico de drogas, armas e grupos terroristas, há o objetivo de “promover e defender a democracia e a liberdade”. A história latino-americana está recheada de exemplos de golpes e invasões patrocinadas pelos EUA em nome da “liberdade e democracia”, uma senha para atacar todos os povos que ousem se levantar pela soberania nacional. O ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA Zbigniew Brzezinski declarou que o pacto visa também conter a Venezuela: “a Venezuela tenta desestabilizar a Colômbia e vamos continuar a ajudá-la” (OESP, 14/09/2009).
Não é a toa que o ministro da defesa da Colômbia, Jaime Bermúdez, confirmou que seu país não pretende garantir nada sobre o usos das bases colombianas por tropas dos EUA. O país tornou-se a plataforma central de ação dos EUA na região depois que o Equador fechou a base militar de Manta. Esta instalação era o principal centro de espionagem eletrônica, com tecnologia de satélites, do Pentágono na América do Sul e era utilizada como plataforma logística de inteligência militar, para alavancar as operações coordenadas pelo Comando Sul.
A Colômbia tenta comparar seu pacto, que abre o território para os EUA agirem livremente, com as compras de armas de países da região para sua auto-defesa.
As compras de materiais militares pelos países da América Latina são uma pequena poeira perto dos gastos militares dos EUA. Os gastos previstos chegam a R$51 bilhões, menos de 3% dos gastos mundiais no setor e equivalente a 72 horas de despesas das guerras dos EUA segundo o jornalista Roberto Godoy (OESP, 15/09/2009).

A reunião de chanceleres e ministros de defesa da região realizada em 15 de setembro mostra a encruzilhada da Unasul, que passou a ser utilizada pela Colômbia como espaço para ameaçar e pressionar os outros países. Para questionar até o fim a ingerência dos EUA através das bases colombianas é necessário também rever o acordo das bases dos EUA em Alcântara no Brasil, a base no Paraguai e as duas bases no Peru, além da vergonhosa participação de vários países da região na ocupação do Haiti. O Conselho Sul-americano de Defesa da UNASUL corre o sério risco de tornar-se um legitimador e complemento da política imperial dos EUA na região.

As bases militares dos EUA

As novas bases podem ser usados para transportar tropas para a África e intervir nos países da região. Na Colômbia, os EUA contam com três bases militares, a de Arauca, projetada para “combater” o narcotráfico, mas que de fato é utilizada como ponto estratégico para o monitoramento da zona petroleira, especialmente a da Venezuela. Outra é a Base Militar de Larandia, que serve como base de helicópteros. Possui uma pista de aterrissagem para bombardeiros B-52 e permite uma cobertura para ataques em quase todo o sul do continente. A terceira é a Base Militar de Três Esquinas. No Peru há duas bases militares: Iquitos e Nanay, utilizadas por soldados dos EUA que operam na zona fluvial Nanay, na Amazônia peruana. O ministério da Defesa colombiano enumerou as novas bases: as aéreas serão Malambo, no departamento do Atlântico; Palanquero, em Cundinamarca; e Apiay, em Meta. As bases do exército serão Tolemaida, em Cundinamarca; e Larandia, em Caquetá. As navais serão as de Cartagena e Bahia Málaga, no departamento de Valle Del Cauca. No Paraguai se encontra a Base Mariscal Estigarribia, desde maio de 2005.
Com os mesmos objetivos, os Estados Unidos tem pretensões de instalar, no futuro, quatro bases adicionais: uma em Alcântara no Brasil; outra na zona de Chapare na Bolívia; outra mais em Tolhuin, na província de Terra do Fogo, na Argentina; e a última na zona conhecida como a tripla fronteira, localizada na fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai.

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