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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Declaração de Argel

Leia Declaração de Argel contra a Guerra e a Exploração

Declaração da Conferência Mundial Contra a Guerra e a Exploração
Argel, 27-28-29 de Novembro de 20100

Nós, militantes operários, políticos e sindicais, delegados de 52 países reunidos na Conferência mundial em Argel, nos dias 27, 28 e 29 de Novembro de 2010 – depois de ter ouvido os informes precisos apresentados por 77 oradores sobre a situação dos seus países - chegamos a uma conclusão: só a união dos trabalhadores e povos do mundo pode impedir que a humanidade seja arrastada para um desastre como o que já sofrem os povos do Haiti, Afeganistão e de muitos outros países martirizados.

Trata-se de uma catástrofe que deriva da sobrevivência de um sistema econômico que tem como base a exploração capitalista e as políticas postas em prática para tentar salvá-lo, assumidas por governos de todas as cores políticas que aceitam aplicar as diretivas do governo dos EUA.

A nossa Conferência tem como título: contra a guerra e a exploração.

Somos contra a guerra, que provoca sofrimentos intoleráveis aos povos e trabalhadores do mundo inteiro e impõe, em todos os países – seja nos que são vítimas de intervenções militares estrangeiras, seja nos que as organizam – a destruição de setores inteiros da indústria, o desemprego generalizado, medidas de desregulamentação, destruição do ensino e da cultura, a desertificação dos campos e as migrações sem fim.

Opomo-nos às ingerências estrangeiras, às ameaças de intervenções militares (onde quer que sejam) e à presença de bases militares imperialistas que questionam a soberania das nações.

Somos contra a exploração.

Rejeitamos os ditados feitos pelas «cúpulas» – do G20, do G8, do FMI, da UE etc – que dizem lutar contra as conseqüências da “crise”, fazendo pagar um preço cada vez maior e devastador aos trabalhadores e à juventude, às suas conquistas, seus direitos e garantias.

Recusamos, também, a pretensão dessas mesmas instituições de associar as organizações sindicais ao acompanhamento de suas reuniões de cúpula e das decisões nelas tomadas, contra a indispensável solidariedade operária internacional.

Rejeitamos o ditado que impõe o pagamento de uma dívida que não é dos povos, utilizada como instrumento de pilhagem e desmantelamento da soberania das nações e de todas as conquistas dos trabalhadores no mundo inteiro.

Rejeitamos o ditado lançado às organizações operárias, das quais se exige – em nome do pretenso “interesse geral” – que aceitem as regras de uma “governança mundial” e de um pretenso “diálogo social”, cuja única função é subordinar e integrar as organizações dos trabalhadores aos planos dos governos e das instituições internacionais, colocando em questão a soberania nacional. Ao aceitar agir deste modo, organizações dos trabalhadores se subordinariam a esse ditado e seriam impedidas de desempenhar o seu papel de defesa dos interesses dos trabalhadores e dos povos. Afirmamos que a independência das organizações operárias é uma das condições da democracia, do progresso social, e da soberania e independência dos povos.

Nós, delegados de 52 países, reunidos em Argel durante três dias de intercâmbio e discussão, constatamos que, apesar dos terríveis sofrimentos impostos em todo o mundo, em toda a parte se levanta a resistência dos povos, da juventude e dos trabalhadores que procuram reapropriar-se de suas organizações para lutar, resistir e reconquistar os direitos perdidos.

Há vinte anos, em 4 de Janeiro de 1991, o Manifesto adotado pelo Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos (AcIT) em sua Conferência de fundação de Barcelona, afirmava a confiança dos participantes “na capacidade dos trabalhadores do mundo inteiro para se libertar das cadeias da exploração e da opressão, na sua capacidade para edificar um mundo em que a colaboração harmoniosa entre as nações e os trabalhadores se substituirá a este mundo de barbárie que aumenta cada vez mais”.

Vinte anos depois, nós, reunidos em Argel, reafirmamos esta confiança reforçada pelos acontecimentos que se produziram: apesar de todos os sofrimentos e de todas as destruições, a vontade de resistência e de luta dos trabalhadores e povos – que não aceitam desaparecer – continua sendo o elemento essencial que está na base do futuro da humanidade.

Vinte anos depois, reafirmamos: a paz e a fraternidade entre os trabalhadores e os povos só pode ser realizada pelos próprios trabalhadores e povos. Só pode ser realizada sobre a base da satisfação das suas necessidades fundamentais, as quais se chocam com as da classe dos exploradores, que traz no seu seio a guerra e a bancarrota.

O nosso dever é, mais do que nunca, atuar para organizar e contribuir no combate que vai ajudar os povos e as classes trabalhadoras a salvarem, através de seu próprio movimento e preservando a independência das suas organizações, a humanidade das guerras e das cadeias da exploração e da opressão.

Retomamos à nossa conta a palavra de ordem, lançada em 4 de Janeiro de 1991, em Barcelona: “Governos responsáveis pela guerra e pela miséria, temei a revolta dos povos. Abaixo a guerra. Abaixo a exploração”.

Sobre esta base, nós, delegados representantes de 52 países, pensamos ser indispensável desenvolver ainda mais o intercâmbio e o diálogo entre as delegações de todos os países, de modo a reforçar, em cada um dos nossos países e no plano internacional, o movimento iniciado para preservar a independência das organizações operárias, da qual depende a salvaguarda da civilização humana. Damos mandato à Coordenação internacional do Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos para organizar esse intercâmbio e esse diálogo.

COMITÊ DE COORDENAÇÃO: Anton Vechkunin (Rússia); Patrick Hébert, dirigente CGT-FO (França); Charly Lendo, dirigente UGTG (Guadalupe); Julio Turra Filho, dirigente CUT (Brasil), Nancy Wohlforth, co-presidente de “Orgulho no Trabalho” e Vice-presidente da Federação do Trabalho da Califórnia (EUA); Salah Salah (Conselho Nacional da Palestina); Tiyani Lybon Mabasa, Presidente do Partido Socialista da Azânia (África do Sul); Jordi Salvador Duch, dirigente sindical (Espanha); Gotthard Krupp, do Partido Social-Democrata e sindicalista do Ver.di (Alemanha); Rubina Jamil, Presidente da APTUF (Federação de Sindicatos de Todo o Paquistão); Nambiath Vasudevan, Coordenador do Coordenador do Comitê de Solidariedade Sindical, Mumbai (Índia); Louisa Hanoune, Secretária-geral do Partido dos Trabalhadores (Argélia); Daniel Gluckstein, Secretário do Partido Operário Independente (França); Alan Benjamin, OPEIU local 3, membro do Conselho do Trabalho de San Francisco (EUA).

DO BRASIL, delegados presentes que subscrevem: Shakespeare Martins de Jesus, Executiva Nacional da CUT; Misa Boito, Corrente O Trabalho do PT; Markus Sokol, membro Diretório Nacional do PT; Milton Barbosa, Movimento Negro Unificado (MNU); Fernando Ferro, Deputado Federal do PT-PE; Joelson Souza, Juventude Revolução – IRJ.

WikiLeaks

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Reunião do Núcleo Sete de Outubro

No próximo dia 27 de novembro (sábado) das 12h30 às 14h ocorre o encontro do Núcleo de Estudos 7 de outubro. O núcleo reúne professores, alunos e ex-alunos de história e de outras áreas, além de interessados em geral dedicados a estudar e divulgar a obra e o pensamento do crítico de arte e pensador socialista brasileiro Mário Pedrosa e suas repercussões. As atividades são abertas a todos os interessados. A reunião ocorrerá no centro de São Paulo (sede do Sindsep, na praça Patriarca, esquina das ruas São Bento e rua da Quitanda, próximo as metrôs Sé, São Bento eAnhagabaú).

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira

Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira


EDUCAÇÃO - O BRASIL NO RUMO CERTO

Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.

Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.

Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero - Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo - Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloísio Teixeira - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes - Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman - Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges - Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder - Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho - Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli - Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira - Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira - Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe .Martins Müller - Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Ângelo A. Abreu - Univ. Fed. do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade - Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda - Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman - Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles - Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho - Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Rômulo Soares Polari - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias - Universidade Federal do Ceará - UFC
Sueo Numazawa - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin - Universidade Federal do Rio Grande - (FURG)
Targino de Araújo Filho - Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior - Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço - Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior - Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni - Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)

domingo, 12 de setembro de 2010

Debate 17/set na Unesp: "Trotsky e o Centenário da Revolução Mexicana"

Debate Cedem/Unesp:
"Trotsky e o Centenário da Revolução Mexicana"

Debatedores:

Carlos Alberto Sampaio Barbosa

Mestre em História – PUC/SP, Doutor em História Social - USP

Foi Editor da Revista História, é Professor de História – Unesp/Campus de Assis

Everaldo de Oliveira Andrade

Mestre e Doutor em História Econômica – USP

Professor de História da América Contemporânea na Universidade Guarulhos

Silvia Beatriz Adoue

Mestre em Integração da América Latina e Doutora em Letras – USP

Professora da Escola Nacional Florestan Fernandes e da Unesp/Campus de Araraquara

Parecerista da Revista Acadêmica Multidisciplinar Urutágua (UEM) e da Revista Eletrônica Espaço Acadêmico

Trotsky e o Centenário da Revolução Mexicana, será o tema do debate no próximo dia 17 de setembro, sexta-feira às 18h30, promovido pelo CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP.

Por ocasião do centenário da revolução mexicana ocorrido em 1910 e dos setenta anos da morte do revolucionário russo Leon Trotsky no México, o debate tem por objetivo realizar uma discussão sobre a influência do processo revolucionário mexicano no continente, processo este que se prolonga até 1940 sob o governo do presidente Lázaro Cárdenas (1895-1970), e sobre as possíveis influências desta experiência nas últimas reflexões e ações de Trotsky na América Latina.

Organização

CEDEM e Núcleo de Estudos Sete de Outubro
Apoio

Curso de História da Universidade de Guarulhos e Editora Nova Palavra

PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!



Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br

Data e horário: 17 de setembro de 2010 (sexta-feira) às 18h30

Local: CEDEM/UNESP - Centro de Documentação e Memória

Praça da Sé, 108 - 1º andar, esquina c/ Rua Benjamin Constant (metrô Sé)

(11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Exposição: Raízes da Cultura Boliviana

Raízes da Cultura Boliviana

Exposição itinerante, com peças de significativo valor estético e de tradição milenar, pertencentes ao acervo do Museo Nacional de Etnografia y Folklore – MUSEF, de La Paz. A mostra é composta por 32 máscaras, seis peças em arte plumária, 20 tecidos tradicionais usados desde a era pré-hispânica pela grande e avançada Civilização Tiwanaku que construiu seu império às margens do Lago Titicaca na Bolívia, governando pacificamente uma grande parte da América Latina durante o período de mil anos, antes do Império Inca.

Onde: Caixa Cultural Sé: pça da Sé, 111, São Paulo – SP
Quando: até 29 de agosto, de terça a domingo das 9h às 21h
Quanto: gratuito
Informações: (11) 3321-4400

Caros Amigos

Caros Amigos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Declaração 4a Internacional Grécia

 

Declaração da IV INTERNACIONAL

 

 

 

 

 

 

"Acabar com as exigências do FMI e da União Européia”



 

 

Poucos dias bastaram para que a situação ficasse clara: nos acontecimentos atuais, não é só da Grécia que se trata, o que está em jogo é a sorte de todos os povos da Europa.

 

Levantando-se legitimamente contra um plano criminoso que ameaça em sua existência física, a classe operária, a juventude e toda a nação grega enfrentam uma santa aliança contra-revolucionária na qual, junto com o FMI presidido pelo “socialista” Strauss-Kahn, se encontram Obama, a União Européia, Angela Merkel, Sarkozy, Papandreu, os dirigentes da Internacional Socialista e muitos outros...

 

Em âmbito internacional e em cada um dos países, se repetem os mesmos chamados ao consenso e à união sagrada, para tentar integrar as organizações operárias aos planos criminosos que visam as aposentadorias, os empregos, os salários, os serviços públicos e as liberdades políticas e sindicais.

 

Não se trata da Grécia, se trata da Europa inteira. Assim que Papandreu apresentou seu plano, na França, o primeiro-ministro Fillon anunciou um plano de austeridade sem precedente, combinado com a ofensiva pela liquidação das aposentadorias. Enquanto que

 

 

na Espanha, o primeiro-ministro Zapatero chamava à união sagrada para aprovar planos

 

contra a classe operária. E na Grã-Bretanha se aproveita o resultado das eleições para

 

anunciar novos ataques contra a classe operária.

 

Poucos dias foram suficientes para que a situação que se desenvolve na Grécia desmascarasse definitivamente a falsidade dos discursos sobre a suposta “reforma”, “regulamentação” ou “limitação” que poderia se interpor à ânsia destrutiva dos especuladores, dos banqueiros e dos capitalistas. Quando o primeiro-ministro Papandreu fala de “salvar o interesse nacional”, o que em realidade ele defende é o sistema apodrecido e condenado da propriedade privada dos meios de produção.

 

Se a mensagem foi lançada pelas “agências de risco”, as decisões foram tomadas nas sedes do FMI em Washington, e da União Européia em Bruxelas. Essa mensagem é uma declaração de guerra contra os trabalhadores e o povo grego, contra os trabalhadores e os povos de toda a Europa. Uma guerra social cujos instigadores são os mesmos que, sob formas diferentes, desencadearam ontem as guerras militares para desagregar os Bálcãs, e os que hoje se colocam contra o povo afegão, iraquiano e paquistanês.

 

Uma guerra em que o imperialismo estadunidense tenta, por todos os meios, aumentar seu domínio e sua penetração no mundo inteiro (mediante a pilhagem, a multiplicação de bases militares e a desagregação das nações). Uma guerra que visa, em primeiro lugar, os próprios trabalhadores dos Estados Unidos, que sofrem em todos os planos os mesmos golpes que seus companheiros da Europa e do mundo inteiro. Uma guerra que expressa o beco sem saída de um sistema capitalista agonizante, que só é capaz de desenvolver as forças destrutivas contra os trabalhadores e seus direitos; um sistema que declara a guerra a todos os povos, a todas as classes operárias, e ameaça a existência de todas as nações em todos os continentes.

 

É um fato que não deixa de ser surpreendente: dentre todas as vozes que se levantam em protesto contra a injustiça feita ao povo grego, nenhuma exige a ruptura com a União Européia. E, no entanto, o levante do povo grego coloca questões simples, que estão na ordem do dia para todos os povos. Em particular, a exigência de anulação do plano imposto pelo FMI e a União Européia, e a recusa de todas as imposições feitas em nome da “dívida”. A IV Internacional coloca uma questão: existe outra saída, na Grécia, que não seja a nacionalização dos bancos e dos setores-chave da economia? O que, por sua vez, coloca a necessidade da nacionalização dos bancos “emprestadores” da França, Alemanha, Grã-Bretanha etc.

 

O movimento de resistência do povo grego põe também na ordem do dia, e em escala Internacional, a exigência da extinção das instituições anti-democráticas e supranacionais do Fundo Monetário Internacional, da União Européia, e também da OMC e do Banco Mundial que, depois de ter arruinado a quase-totalidade dos países de África, Ásia e América Latina com a dívida e os planos de ajuste estrutural, se lançam brutalmente agora contra os trabalhadores e os povos da Europa e Estados Unidos.

 

Em toda Europa (como no mundo inteiro), sob formas diversas e apesar dos obstáculos que encontram, crescem os movimentos de resistência contra a ofensiva destrutiva desencadeada pelo imperialismo. É uma luta comum pelo respeito da soberania das nações, indissociável do combate para instaurar os Estados Unidos Socialistas da Europa, unindo trabalhadores e povos das nações livres de todo o continente.

 

A IV Internacional se fundou sobre um programa que estabelece que a civilização e a humanidade só podem se salvar por meio da ação da classe operária pondo um fim ao sistema de exploração capitalista. Hoje, ela considera que a primeira tarefa que decorre desse programa consiste em trabalhar para reunir todas as forças que dentro do movimento operário, quaisquer que sejam suas origens, procuram preservar a independência das organizações. Tal é o sentido de seu apoio à Conferencia Operária Européia de Emergência de Berlim (19 e 20 de junho de 2010), e à Conferência Mundial Aberta de Argel (27, 28 e 29 de novembro de 2010).

 

 

Secretariado Internacional da IV Internacional

7 de maio de 2010



 


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ato Contra a Anistia aos Torturadores!

Manifesto Contra a Anistia aos Torturadores!

Cada um dos 21 mil subscritores deu a sua contribuição para o fortalecimento da democracia e o manifesto foi juntado ao processo com todas as assinaturas, mas, lamentavelmente, o Supremo Tribunal Federal negou punição para os torturadores da ditadura.

Os ministros Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski votaram favoravelmente à punição e disseram que os crimes comuns não podem ser beneficiados pela anistia.

A decisão do STF foi na contramão do fortalecimento do sistema democrático, de respeito aos direitos humanos, ao contrário das ações dos outros países da América Latina e em choque com as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos/OEA, do qual o Brasil faz parte e que tem audiência marcada para os próximos dias 20 e 21 de maio, no primeiro caso da ditadura militar brasileira.


Convidamos todos e todas a estarem presentes no

ATO PÚBLICO para manifestarmos pelo fim da impunidade dos torturadores

Dia: 18/05/2010 às 14h30

Local: Pateo do Colégio (estação Sé ou São Bento do Metrô), em São Paulo



Temos à frente o julgamento a ser realizado pela Corte e o Estado brasileiro, que assumiu compromissos internacionais, poderá construir um país, em que a dignidade humana seja efetivamente um valor.

A impunidade da tortura de ontem fomenta a tortura de hoje.



Contamos com sua presença!

Convide seus amigos e familiares!

Avise no seu twitter, blog, etc.





Comitê Contra a Anistia aos Torturadores

terça-feira, 30 de março de 2010

Solidariedade: o Haiti precisa de médicos, enfermeiros, engenheiros, técnicos, e não soldados!

Solidariedade: o Haiti precisa de médicos, enfermeiros, engenheiros, técnicos, e não soldados!

O Comitê “Defender o Haiti é Defender a nós mesmos” , da Assembléia Legislativa de São Paulo, vai realizar ato de solidariedade ao povo do Haiti, pelo fim da ocupação militar.

Os deputados Jose Candido e Adriano Diogo (PT/SP), juntamente com Julio Turra (Executiva Nacional da CUT), Marcelo Buzzeto (MST) , Milton Barbosa (Movimento Negro Unificado) e Barbara Corrales, do Comitê, vão receber o companheiro Robert Fabert , dirigente da ATPC - Associação dos Trabalhadores e Povos do Caribe, recém chegado do Haiti, de onde traz, a partir de entidades do movimento popular e sindical, a proposta de uma Jornada Internacional de Apoio e Solidariedade ao Povo do Haiti, em 1 de Junho, data do sexto aniversário da ocupação.

Também será exibido vídeo-documentário "Estamos Cansados" filmado e produzido pelo jovem estudante da UNICAMP -- Daniel Santos, militante da Juventude Revolução - IRJ -- com imagens do terremoto e depoimentos denunciando a presença das tropas da MINUSTAH no pais.

• Sim à Solidariedade com os trabalhadores e o povo do Haiti!

• Anulação imediata da Dívida Externa!

• Restituição ao povo haitiano de sua plena soberania! Pela retirada das tropas!


COMO PARTICIPAR:
Quando: 5 de abril (segunda-feira)
Horário: 19h30
Onde: Sindsep - Sindicato dos Sevidore Municipais de S.Paulo
Endereço: Rua da Quitanda, 162 - Praça do Patriarca
(Próximo do Metro São Bento)
Entrada: livre

quarta-feira, 10 de março de 2010

As origens operárias do 8 de março

As origens operárias do 8 de março

A origem das comemorações do 8 de março está ligada a luta do conjunto do movimento operário contra o capitalismo. A história da jornada de luta das mulheres trabalhadoras não tem nada em comum com as atuais comemorações feministas que não fazem diferença entre uma operária e uma grande proprietária de fábrica.
A luta para defender os direitos das mulheres trabalhadoras nasceu com o próprio capitalismo industrial. Os capitalistas se aproveitaram inicialmente das máquinas que não precisavam da força física dos homens para explorar mulheres e crianças brutalmente nas fábricas. Jornadas de trabalho noturno de até 16 horas, sem descanso remunerado, sem qualquer proteção assintencial e sindical, consumiram gerações inteiras de trabalhadores. O trabalho feminino sem proteção permitia aos patrões rebaixar os salários dos homens e explorar toda a família operária sem limites. Como já alertava Marx:
“À medida que a maquinaria torna a força muscular dispensável, ela se torna o meio de utilizar trabalhadores sem força muscular ou com desenvolvimento corporal imaturo, mas com membros de maior flexibilidade. Por isso, o trabalho de mulheres e crianças foi a primeira palavra-de-ordem da aplicação capitalista da maquinaria. (...) O trabalho forçado para o capitalista usurpou não apenas o lugar do folguedo infantil, mas também o trabalho livre no círculo doméstico, dentro de limites decentes, para a própria família.” ( O Capital, p. 23, vol. 1, tomo 2, ed. Abril)
A Internacional Socialista ou (2ª Internacional), com a participação ativa de Engels, adotou uma Resolução sobre os Direitos das Mulheres em 1889 que levantava as seguintes reivindicações: jornada máxima de 8 horas, descanso semanal, escola gratuitas laicas e mistas, fim das discriminações contra as mulheres, licença maternidade remunerada, direto de voto igual para mulheres e homens.
Em 17 de agosto de 1907 ocorria em Stuttgart a 1ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, que teve a participação de 58 delegadas representando 15 países. Foi durante a 2ª Conferência, realizada em Copenhague em 24 e 25 de agosto de 1910 que a proposta de Jornada Internacional das Mulheres Trabalhadoras foi defendida pela primeira vez pela dirigente do partido socialista alemão Clara Zetkin (1857-1933). Foi decidido ainda que a 1ª Jornada seria realizada em 19 de março de 1911 para celebrar os 40 anos da Comuna de Paris. Mas a data do 8 de março mudou em função de outro acontecimento.
No dia 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no antigo calendário russo) ocorreu uma greve de operárias da tecelagem em Petrogrado que ganhou adesão e solidariedade de outras categorias e se espalhou como rastilho de pólvora. A greve espontânea foi o primeiro momento da revolução e que acabou por desencadear a queda da monarquia russa e por fim, a revolução operária de outubro de 1917.
No Brasil a primeira greve geral do país ocorrida entre junho e julho de 1917 em São Paulo foi iniciada a partir da greve das operárias do Cotonifício Crespi no bairro da Mooca. A greve iniciada em junho tinha como motivação a luta contra o prolongamento do turmo noturno e por aumento salarial. Nesta época mulheres e crianças eram a maioria da massa de trabalhadores das fábricas texteis. A greve se espalhou por São Paulo e outras capitais
Em 1921, durante a Conferência das Mulheres Comunistas, realizada em Moscou, foi adotado o dia 8 de março como data de unificação das Jornadas de Luta das Mulheres Trabalhadoras contra o capitalismo, celebrando também a data em que as operárias russas iniciaram de fato o desencadeamento da revolução. Até a década de 1970 o 8 de março fazia parte apenas do calendário de luta do movimento operário.
Em 1975 a ONU decidiu incorporar o 8 de março em seu calendário como Dia Internacional da Mulher. A cor lilás foi adotada como cor símbolo das feministas nas comemorações buscando apagar as diferenças de classes e a identificação com a luta operária. Tratava-se de mais um passo para tentar afastar o dia de luta das trabalhadoras das suas cores e propósitos originais. O 8 de março surgiu como parte da luta maior do movimento operário pela emancipação da humanidade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A VOLTA DO ENSINO TRADICIONAL DE HISTÓRIA?

A divulgação do Edital e bibliografia exigida para o novo concurso de professores de História do governo do estado, depois da implantação das apostilas obrigatórias, parece revelar a volta oficial de uma metodologia de ensino tradicional e conservadora nas escolas públicas estaduais. Todo o esforço das últimas décadas na área de História para incentivar e dinamizar o papel do professor-pesquisador, para favorecer a pesquisa e a construção do conhecimento histórico em sala de aula, fortalecer a autonomia e o compromisso do trabalho do professor, parecem regredir. Na bibliografia do concurso há uma exigência excessiva de teorização e técnicas didático-pegagógicas e uma ausência significativa de indicações bibliográficas de áreas importantes como História da América, Antiga, Medieval, Moderna, Contemporânea, além da ausência de outros recortes temáticos e temas transversais de História. A proposta parece ser coerente com a imposição do apostilamento obrigatório a ser seguido pelos professores, a exclusão dos livros didáticos (mesmo gratuitos), a “limpeza” do debate historiográfico, que pode conduzir à implantação de uma História única, oficial, obrigatória, padronizada. Segundo essa lógica, o bom professor não é necessariamente aquele que domina o conhecimento da sua área e é capaz de debatê-lo, enriquecê-lo e mesmo modificá-lo em sala de aula. O bom professor passa a ser aquele que é eficaz tecnicamente na aplicação do conhecimento padronizado segundo uma abordagem previamente estabelecida. As avaliações como o SARESP tendem a favorecer e aprofundar o engessamento dos temas e resultados da aprendizagem segundo uma visão única do conhecimento. Com isso nega-se a autonomia das escolas, dos professores e os próprios Parâmetros e Diretrizes Curriculares são secundarizados, talvez por permitirem flexibilidade ao professor para tratar o conhecimento histórico. Os historiadores aceitarão isso?
Everaldo Andrade

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carta Aberta aos aos Colegas Historiadores

Chega um momento decisivo em nossa luta de tanto tempo pela regulamentação da profissão de historiador. O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou no mês de agosto do ano passado o Projeto de Lei do Senado 368/2009 que propõe a regulamentação da nossa profissão (O projeto está disponível no site da ANPUH, www.anpuh.usp.br). O projeto encontra-se para análise e votação em caráter terminativo, ou seja, não precisará ser votado em nenhuma outra instância do Congresso Nacional, na Comissão de Assuntos Sociais, que tem como presidente a senadora Rosalba Ciarlini (DEM -RN) e como vice-presidente o próprio senador Paim. A relatoria do projeto está nas mãos do senador Cristóvam Buarque que no último dia 11 de fevereiro apresentou parecer favorável a matéria, em sessão plenária da Comissão. No entanto a votação da matéria foi adiada por falta de quorum.
Como estamos num ano eleitoral e a maioria dos senadores quer ter uma boa imagem junto a seus eleitores, julgamos oportuno que os Núcleos Regionais da ANPUH, os sócios da entidade e todos os nossos colegas se mobilizem no sentido de que esta proposta não tenha o mesmo destino das anteriores: o arquivamento. Por isso julgamos estratégico que a ANPUH não faça exigências de modificação do texto, que no geral atende aos nossos interesses, colocando obstáculos a aprovação da matéria, procrastinando o desfecho do processo que pode resultar em sua não votação ainda este ano, já que, como sabemos, as atividades legislativas tendem a se concentrar neste primeiro semestre, o que pode resultar em mais uma frustração de nossas expectativas.
Solicitamos que os Núcleos Regionais, os sócios e todos os interessados enviem emails, notadamente à presidente da Comissão, que deseja ser governadora de seu Estado, ao vice-presidente e autor do projeto, que concorrerá à reeleição ao Senado este ano, para que pautem a matéria e a todos os Senadores que integram a Comissão de Assuntos Sociais para que votem o texto. Se não contamos com recursos para levar caravanas a Brasília, podemos nos fazer presentes através do maciço envio de correspondência eletrônica para os Senadores. Os Núcleos devem levar aos Departamentos de História existentes no Estado esta chamada para a mobilização e, inclusive, usar os meios de comunicação em cada Estado para pressionar os parlamentares no sentido da aprovação da matéria.
Os membros titulares da Comissão de Assuntos Sociais são: Augusto Botelho (PT - RR); Marcelo Crivela (PRB - RJ); Fátima Cleide (PT - RO); Roberto Cavalcanti (PRB - PB); Renato Casagrande (PSB - ES); Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC); Geovani Borges (PMDB - AP); Paulo Duque (PMDB - RJ); Mão Santa (PSC - PI); Ademir Santana (DEM - DF); Efraim Moraes (DEM - PB); Raimundo Colombo (DEM - SC); Flávio Arns (PSDB - PR); Eduardo Azeredo (PSDB - MG); Papaléo Paes (PSDB - AP); Mozarildo Cavancanti (PTB - RR); João Durval (PDT - BA); Cristóvam Buarque (PDT - DF).
Os suplentes da Comissão de Assuntos Sociais são: César Borges (PR - BA); Eduardo Suplicy (PT - SP); Inácio Arruda (PC do B - CE); Ideli Salvatti (PT - SC); José Nery (PSOL - PA); Lobão Filho (PMDB - MA); Romero Jucá (PMDB - RR); Valdir Raupp (PMDB - RO); Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN); Wellington Salgado (PMDB - MG); Heráclito Fortes (DEM - PI); Jayme Campos (DEM - MT); Maria do Carmo Alves (DEM - SE); José Agripino (DEM - RN); Sérgio Guerra (PSDB - PE); Marisa Serrano (PSDB - MS); Lúcia Vânia (PSDB - GO); Gim Argello (PTB - DF).
A nossa mobilização é fundamental.



Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Presidente da ANPUH

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

La IV Flota en acción

La IV Flota en acción

Un portaaviones llamado Haití



Raúl Zibechi



ALAI AMLATINA, 01/02/2010.- La reacción de Estados Unidos de
militarizar la parte haitiana de la isla luego del devastador terremoto
del 12 de enero, debería enmarcarse dentro del contexto generado a raíz
de la crisis financiera y económica y el ascenso de Barack Obama a la
presidencia. Las tendencias de fondo ya estaban presentes pero la
crisis las ha acelerado de modo que han ganado visibilidad. Se trata de
la primera intervención de envergadura de la IV Flota, restablecida
poco tiempo atrás.



Con la crisis haitiana, la militarización de la relaciones entre
Estados Unidos y América Latina avanza un paso más, como parte de la
militarización de toda la política exterior de Washington. De ese modo,
la superpotencia en declive intenta retardar el proceso que la
convertirá en una potencia entre otras seis o siete en el mundo. La
intervención es tan desembozada, que el periódico oficialista chino
Diario del Pueblo (21 de enero) se pregunta si Estados Unidos pretende
incorporar a Haití como un estado más de la unión.



El diario chino recoge un análisis de la prestigiosa revista Time,
donde se asegura que “Haití ya se ha convertido en el 51º estado de los
Estados Unidos, y aún cuando no lo sea es por lo menos su patio
trasero”. En efecto, en apenas una semana el Pentágono había movilizado
hacia la isla un portaaviones, 33 aviones de socorro y numerosas naves
de guerra además de 11 mil soldados. La MINUSTAH, misión de la ONU para
la estabilización de Haití, tiene apenas 7 mil soldados. Según Folha de
Sao Paulo (20 de enero) Estados Unidos desplazó a Brasil de su lugar de
dirección de la intervención militar en la isla, ya que en pocas
semanas tendrá “doce veces más militares que Brasil en Haití”, llegando
hasta los 16 mil efectivos.



El mismo Diario del Pueblo, en un artículo sobre el “efecto
estadounidense” en el Caribe, asegura que la intervención militar de
ese país en Haití tendrá influencia en su estrategia en el Caribe y en
América Latina donde mantiene una importante confrontación con Cuba y
Venezuela. Esa región es, en la lectura de Beijing, “la puerta de su
patio trasero”, a la que busca “controlar estrechamente” para
“continuar alargando el radio de su influencia hacia el sur”.



Todo esto no es demasiado nuevo. Lo importante es que se inscribe en
una escalada que se inició con el golpe militar en Honduras y con los
acuerdos con Colombia para la utilización de siete bases en ese país.
Si a eso se le suma el uso de las cuatro bases que el presidente de
Panamá Ricardo Martinelli cedió a Washington en octubre, y las ya
existentes en Aruba y Curaçao (islas próximas a Venezuela
pertenecientes a Holanda), existen un total de trece bases rodeando el
proceso bolivariano. Ahora, además, consigue un enorme portaaviones en
el medio del Caribe.



Según Ignacio Ramonet, en Le Monde Diplomatique de enero, “todo anuncia
una agresión inminente”. No parece ese por cierto el escenario más
probable, aunque sí pueden concluirse dos cuestiones: que Estados
Unidos optó por el militarismo para paliar su declive y que necesita
del petróleo de Colombia, Ecuador y sobre todo de Venezuela para
afianzar su situación hegemónica o, por lo menos, hacer más lento el
declive. Sin embargo las cosas no son tan simples.



Para el mensuario francés, “la clave está en Caracas”. Sí y no. Sí
porque, en efecto, el 15% de las importaciones de petróleo de Estados
Unidos provienen de Colombia, Venezuela y Ecuador, porcentaje que
iguala la cantidad importada de Oriente Medio. Además, Venezuela va
camino de convertirse en la mayor reserva de crudo del planeta luego
que se certifiquen las reservas de la Faja del Orinoco descubiertas
recientemente. Según el Servicio Geológico de Estados Unidos, serían el
doble de las de Arabia Saudí. Todo esto sería suficiente para que
Washington deseara, como desea, sustituir a Hugo Chávez al frente del
proceso bolivariano.



A mi modo de ver, el problema central para la hegemonía estadounidense
en el “patio trasero” es Brasil. El petróleo bajo tierra es una riqueza
importante. Pero hay que extraerlo y transportarlo, lo que demanda
inversiones, o sea estabilidad política. Brasil es ya una potencia
global, el segundo de los países del BRIC (Brasil, Rusia, India, China)
en importancia detrás de China. De los diez mayores bancos del mundo,
tres son brasileños (y cinco chinos), pero ya ninguno procede de
Estados Unidos ni de Inglaterra. Brasil tiene las sextas reservas de
uranio del mundo (cuando sólo el 25% de su territorio ha sido
investigado) y estará entre las cinco mayores reservas de petróleo
cuando se termine la prospección en la cuenca de Santos. Las
multinacionales brasileñas figuran entre las mayores del mundo: Vale do
Rio Doce es la segunda minera y la primera en mineral de hierro;
Petrobras es la cuarta petrolera del mundo y la quinta empresa global
por su valor de mercado; Embraer es la tercera aeronáutica detrás solo
de Boeing y Airbus; JBS Friboi es el primer frigorífico de carne vacuna
del mundo; Braskem es la octava petroquímica del planeta. Y se podría
seguir largo rato.



A diferencia de China, Brasil es autosuficiente en materia de energía y
será un gran exportador. Su mayor vulnerabilidad, la militar, está en
vías de ser superada gracias a la asociación estratégica con Francia:
en la década que acaba de comenzar, Brasil fabricará aviones caza de
última generación, helicópteros de combate y submarinos ya que Francia
le transferirá las tecnologías necesarias. Hacia 2020, si no antes,
será la quinta economía del planeta. Y todo eso sucede en las narices
de Estados Unidos.



Allí Brasil ya controla buena parte del Producto Bruto Interno de
Bolivia, Paraguay y Uruguay, tiene una presencia muy firme en
Argentina, de la que es un socio estratégico, así como en Ecuador y
Perú, que le facilitan la salida al Pacífico. Ahí está el hueso más
duro para la IV Flota. Véase que el Pentágono ha diseñado para Brasil
la misma estrategia que le aplica a China: generarle conflictos en sus
fronteras para impedirle despegar. Corea del Norte, Afganistán y
Pakistán, además de la desestabilización de la provincia de mayoría
musulmana de Xinjiang.



En Sudamérica, un rosario de instalaciones militares del Comando Sur
rodea Brasil por la región andina y el sur. La tenaza se cierra con el
conflicto Colombia-Venezuela y Colombia-Ecuador. Ahora contará con el
portaaviones haitiano, desplazando de esa isla la importante presencia
brasileña al frente de la MINUSTAH. Es una estrategia de hierro,
fríamente calculada y rápidamente ejecutada.



El problema que enfrentan las naciones y los pueblos de la región, es
que las catástrofes naturales serán la moneda corriente en las próximas
décadas. Esto es apenas el comienzo. La IV Flota será la porción
militar más experimentada y mejor preparada para intervenciones
“humanitarias” en situaciones de emergencia. Haití no será la excepción
sino el primer capítulo de una nueva serie pautada por el
posicionamiento militar en toda la región. Dicho de otro modo: los
latinoamericanos estamos en serio peligro, y es hora de que vayamos
tomando nota.