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terça-feira, 30 de junho de 2009

A desestabilização anunciada do Irã

A desestabilização anunciada do Irã

O que acontece por trás das manifestações de massa no Irã? A cobertura da imprensa brasileira em geral não vai além da opinião do imperialismo cncetradas em denunciar as fraudes nas eleições e a vitória do suposto candidato oposicionista M. Mousavi. Mas tanto no atual presidente iraniano Ahmadinejad como Mousavi integram duas frações do mesmo regime dos aiatolás. Um dos argumentos para "provar" a fraude teria sido o fato de Mousavi ter perdido na região azérie, sua região. O voto dessa monoria por Ahjmadinejad seria prova de fraude. Mas Mousavi ganhou em Shabestar, centro da região e habitado pela média e grande burguesia, enquanto perdeu nas zonas rurais pobres. Ahmadinejad ganhou nas províncias de indústrias petrolíferas e químicas enquanto Mousavi foi vitorioso no centro de Teerã. É preciso notar que o programa de Mousavi continha a proposta de privatização das empresas públicas.
Mousavi não é um oposicionista do regime, do qual ele faz parte e foi primeiro ministro entre 1981 e 1989. Ele é considerado o "pai" do programa nuclear iraniano, chefiou o país durante a guerra contra o Iraque na ´decada de 1980, sendo uma figura de proa de uma ala do regime como Ahmadinejad é de outra ala. A luta real está nas altas cúpulas do regime.
De um lado o dirigente supremo do Irã aiatolá Ali Khamenei. De outro Hachemi Rafsanjani, conhecido como "o tubarão". "Para os que não conhecem o Irã, é suficiente dizer que o clã familiar Rafsanjani possui um vasto império financeiro, incluindo o comércio exterior, muitas terras, grandes meios de comunicação e universidades privadas do Irã. (...) Eles não são apenas doadores financeiros da campanha de Mousavi, ams também fornessem os quadros estudantis ativistas" (M. Bhadrakumar, antigo embaixador da Índia, The Asian Times).
o eixo Rafsanjani-Mousavi expressa os interesses dos grandes comerciantes, da burguesia raniana. Do outro lado, Khamenei se apoia nos funcionários, nos serviços controlados pelo estado. Um embargo ou sanções comerciais ao Irã são um grande risco que ameaça diretamente os negócios da burguesia iraniana. É essa pressão que se dirige contra os aiatolás que dirigem o país e não para responder às reivindicações por democracia e soberania do povo.

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