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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Há 70 anos o México nacionalizava o petróleo

Há 70 anos o México nacionalizava o petróleo

Há poucos meses completaram-se 70 anos da expropriação das empresas petroleiras estrangeiras pelo México em 1938. O que ocorreu segue como exemplo hoje na América Latina.

Em 1938 o México era governado pelo presidente Cárdenas. Seu governo deu asilo político à Trotsky em 1936, uma atitude que era coerente com as medidas progressistas que vinha tomando.

O governo Cárdenas (1934 - 1940) representou uma ruptura e um giro nacionalista à esquerda do regime burguês iniciado com a revolução de 1910. Buscou através de uma série de medidas econômicas uma maior independência frente do imperialismo.

Em 1910 explodiu a Revolução Mexicana e as massas camponesas submetidas a condições de quase escravidão, lutaram contra a ditadura de Porfírio Díaz. Através do seu principal dirigente camponês - Emiliano Zapata - as massas recuperaram as terras expropriadas pelos grandes fazendeiros. O “Plano de Ayala” de Zapata propunha junto com a distribuição de terras, medidas de soberania da nação.

Ao terminar a revolução a assembléia constituinte de 1917 incorporou na nova Constituição o artigo 27 que, contra os desejos da burguesia compradora, declarava que a nação mexicana era proprietária do seu solo e subsolo. Sob pressão dos EUA em 1925 o presidente Calles promulga uma lei de petróleo que tenta dissolver o artigo 27 e transforma os velhos títulos de propriedade das empresas petroleiras em concessões perpétuas.

Um novo ascenso das lutas das massas operárias e camponesas na década de 1930 e o enfrentamento entre as potências imperialistas pelo domínio do mercado mundial, levaram Cárdenas a ir além dos limites da lei petroleira de Calles. A expropriação das empresas de petróleo em 1938, Cárdenas expressava o sentimento da nação mexicana.

Trotsky precisou convencer os militantes latino-americanos a defender essas medidas progressistas de Cárdenas:

"Sem sucumbir às ilusões e sem temer as calúnias, os operários avançados apoiaram completamente o povo mexicano na sua luta contra os imperialistas. A expropriação do petróleo não é nem socialista e comunista. É uma medida de defesa nacional altamente progressista."

O apoio incondicional às medidas progressistas de Cárdenas não significava o respaldo ao conjunto da sua política, menos ainda o abandono do combate pela independência sindical e política da classe operária. Tratava-se de aplicar a tática da frente única anti-imperialista, combinar a defesa incondicional das medidas progressistas, que na prática ajudavam a mobilizar as massas contra o imperialismo, com o combate independente do proletariado por suas reivindicações.

Everaldo Andrade





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