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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Cuba após Fidel

Cuba após a saída de Fidel

O povo cubano é quem deve decidir o seu futuro


O anúncio do afastamento de Fidel Castro do governo cubano com a eleição de seu irmão, Raúl Castro, à presidência, desencadeou uma ofensiva do imperialismo e seus aliados por “reformas” na ilha.

O governo Bush, que dá continuidade há quase 50 anos de bloqueio econômico implacável contra o povo cubano, imediatamente saudou o anunciou de Fidel e reafirmou a manutenção do bloqueio e a exigência de "abertura o mercado" e "democracia". Mas de que democracia ele fala?

Apoiar as conquistas da revolução não significa identificar-se com o regime “castrista". Ao longo de quase 50 anos após o triunfo da revolução um regime burocrático pouco a pouco se instalou. Isso ocorreu no momento em que o povo cubano conquistava sua soberania, ampliava seus direitos sociais expulsava a ditadura de Fulgêncio Batista, apoiada na época pelo imperialismo estadunidense.

A democracia que Bush fala pode ser vista hoje do Iraque, no Afeganistão e na política de guerra e destruição das nações. Uma imagem desta democracia é a base de Guantânamo, território ocupado desde o início do século 20 pelos EUA em Cuba e que se transformou em um campo de concentração e torturas contra prisioneiros sem nenhum direito a defesa.

Aqueles que perdem a "abertura do mercado" para combater a pobreza do povo cubano omitem que essa situação tem origem do implacável bloqueio econômico provocado pelos EUA. Já vimos o resultado da volta do mercado na Rússia e nos países do leste europeu: privatizações, destruição dos serviços públicos de saúde e educação, queda da esperança de vida, prostituição, máfias etc. Hoje a educação e saúde pública tornaram os cubanos um dos povos mais alfabetizados do mundo. A reforma agrária deu terras aos camponeses e as nacionalizações de empresas expulsaram as multinacionais que sugavam o patrimônio do pais.

O programa de reformas ameaça desde a cúpula da burocracia castrista as conquistas da revolução. Raúl Castro já pediu a Lula que aumente os investimentos privados na ilha e o ajude a abrir um canal de diálogo com Bush, ao mesmo tempo que vê Chavez como um obstáculo à sua política de abertura. O povo cubano sabe perfeitamente que a revolução garantiu direitos elementares negados hoje a milhões de outros latino-americanos como direito a escola a e saúde públicas de qualidade, que irão rapidamente desaparecer com as "reformas de mercado". Apenas o povo cubano e só ele deve decidir seu futuro. A classe operária apoiada em suas conquistas arrancadas e no direito de se organizar livremente em partidos e sindicatos, é que poderá abrir um caminho que garante a soberania e as conquistas da revolução.


Everaldo Andradd

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