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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Obama quer terminar o serviço no Afeganistão

Obama quer terminar o serviço no Afeganistão

“Nós iremos terminar o serviço”, assegurou o presidente Obama, falando do Afeganistão em 1 de dezembro na Academia militar de West Point. Ele apresentou o que consistia seu plano e, em particular, o número de soldados que decidira enviar a mais ao Afeganistão.Porque uma questão já está certa, longe de orientar a retirada das tropas estadunidenses e dos outros países da OTAN, o presidente as quer reforçar “para terminar o serviço”.
Qual serviço? Estabelecer a democracia? A farsa sinistra das recentes eleições demonstraram o que é o regime das forças de ocupação. “Karzai é corrupto, mas é nosso homem”, explicava Bernard Kouchner da OTAN, e Hillary Clinton acrescentou “Há senhores da guerra e senhores da guerra”.
Sinal da profundidade da crise da cúpula do governo dos EUA, foram realizados nove conselhos de guerra, reunindo em torno de Obama os chefes militares, os ministros de defesa e dos negócios estrangeiros para que uma decisão fosse tomada contra a vontade da crescente maioria do povo dos Estados Unidos.
Além do Afeganistão – e no Paquistão já diretamente envolvido na guerra – é toda a Ásia que vai receber diretamente as conseqüências da decisão dos EUA. Um especialista britânico de questões militares escreveu a este respeito: “O presidente Obama deve preparar os EUA e o mundo para o fato de que o número de vítimas estadunidenses, mas também dos aliados, afegãoes e paquistaneses, vai certamente dobrar, triplicar”.
Além da Ásia, o mundo. Quando Obama informou que tinha tomado uma decisão, ele acrescentou que discutiria com seus aliados “suas obrigações”. Obrigações inscritas na Carta da OTAN que a União Europeia integra nos seus tratados constitutivos.
O caminho às guerras, aos massacres, aos ataques contra todos os povos se acelera. A ação dos povos dirigida contra as guerras e a exploração constitui a única força capaz de se opor a esta destruição.

O custo crescente da guerra

Existe atualmente 68.000 soldados dos EUA no Afeganistão, incluindo os 21.000 que Obama enviou no início de 2009. Ao mesmo tempo 100.000 soldados estão no Iraque. O custo do envolvimento estadunidense no Iraque e no Afeganistão deve chegar este ano a um trilhão de dólares. Mais de 900 soldados já foram mortos no Afeganistão, onde o custo médio das operações militares chega a mais de 3 bilhões de dólares por mês. É estimado que cada soldado colocado a mais representa um custo de um milhão de dólares por ano.
Stephen Walt, professor da universidade de Harvard, estima em 100 bilhões de dólares por ano o custo do aumento das tropas. E segundo pesquisa do Instituto Gallup, 73% dos estanidenses estão preocupados com os gastos da guerra (OESP, 6/12/09). De onde virá esse dinheiro? Ele vem dos cortes de orçamentos em despesas sociais, de educação, da saúde. As mais recentes sondagens mostram que mais de 50% do povo estadunidense se opõe à continuidade da guerra.

O abismo afegão

Com este título em 6 de setembro o jornal The New York Times publicava informações de antigos agentes da CIA que operavam na região do Afeganistão e Paquistão, que alertavam para as conseqüências do envio de reforços á região. “O que os políticos parecem não querer compreender, é que a presença mesma das forças armadas nas zonas pashtuns (etnia majoritária da população afegã) é que é o problema. Quanto mais enviamos tropas, mais forte fica a oposição”.



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