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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

abramo-sacchetta-jot

 

HOMENAGEM A FÚLVIO ABRAMO E HERMÍNIO SACCHETTA

DIA
19 DE OUTUBRO, SEGUNDA FEIRA 19.30 horas – Auditório Vladimir Herzog do
Sindicato dos Jornalistas – Rua Rego Freitas , 530-  Sobreloja – São
Paulo –

Após o ato haverá pequena confraternização.

 

 

O Combate ao Fascismo

 

No início da década de 1930 no Brasil um grupo de militantes do Rio e de São Paulo combatia o fascismo e trazia ao debate as noticias do terror stalinista que se desenvolvia na União Soviética e nos Partidos Comunistas da europa. Esse grupo se organizava na Liga Comunista Internacionalista –LCI e estava em contato permanente com Leon Trotsky e a Oposição de Esquerda Internacional. Dentre os militantes paulistas figurava  Fúlvio Abramo , um jovem de 24 anos que conseguiu com seus camaradas, num trabalho político de mais de um ano, coesionar numa Frente Única Anti-Fascista dezenas de sindicatos, entidades de imigrantes italianos com a Lega Lombarda, jornais operários de diferentes idiomas, socialistas, anarquistas, comunistas além do apoio de intelectuais e artistas como Anita Malfatti. Essa Frente foi capaz de organizar dezenas de militantes que dispersaram a bala mais de 4 mil integralistas que marchavam uniformizados e armados pelo centro da cidade e que tinham como  objetivo impor a “ordem” fascista nas ruas como ocorrera na Alemanha e Itália.  Foi chamada de “A Batalha da Praça da Sé” e provavelmente é um dos poucos exemplos internacionais do período onde foi construída  a necessária unidade operária e democrática para varrer o fascismo. Nesse mesmo dia, 07 de outubro de 1934, o principal dirigente do PCB de São Paulo, outro jovem de 24 anos, Hermínio Sacchetta, travava já a luta interna contra a direção majoritária do PCB do Rio que impunha o isolamento dos comunistas seguindo a política que levou a derrota dos trabalhadores na Alemanha e em toda a Europa abrindo o caminho para Hitler. Sacchetta vai ser expulso do PCB em 1937 e adere ao trotskismo anos depois. Os dois militantes foram presos pela ditadura Vargas, perseguidos e lançados na clandestinidade.

 

Com a dispersão e crise da IV Internacional nos anos 1950 sua vida desenvolve tragetórias diferentes. Ambos jornalistas respeitados dedicam-se a sua profissão e continuam , na medida do possível, a atividade política. Saccheta mantém um pequeno grupo luxemburguista e nos anos 1960 combate a ditadura ajudando a resistência clandestina. Abramo dirige uma importante greve de jornalistas em 1961. Em 1980 aos 71 anos de idade os dois se encontram na mesa de um ato público em homenagem a Leon Trotsky em São Paulo, organizada por O Trabalho e Convergência Socialista que reúne centenas de jovens militantes que fundaram o PT naquele ano.  Hermínio Sacchetta morre dois anos depois. Fúlvio Abramo vai organizar o Cemap (Centro de Documentação do Movimento Operário Mario Pedrosa) e retoma o laço organizado com a IV Internacional fazendo parte da Direção Nacional de O Trabalho em 1986. Morre em 1993.

 

Ato Público

 

Para retomar os fatos  e homenagear a tragetória militante dos dois camaradas que no dia 19 de outubro, segunda -feira em São Paulo será realizada um ato público pela passagem do centenário de seu nascimento.  Organizado pelos filhos e netas Marcelo e Paula Abramo (vindos especialmente do México para a ocasião),  Vladimir e Paula Sacchetta e pela Corrente O Trabalho do PT – Seção Brasileira da IV Internacional o evento contará com a presença na mesa do professor da USP e crítico literário Antonio Candido, do presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo Guto Camargo, de Dainis Karepovs do Cemap e de Markus Sokol em nome da Direção Nacional de O Trabalho. Apóiam a iniciativa o Sindicato dos Jornalistas e o vereador paulistano do PT Antonio Donato.

 

 

Mais que uma homenagem merecida pelo papel que esses dois camaradas desempenharam em diferentes períodos da história do movimento operário brasileiro o evento deverá traçar o fio de continuidade da luta dessa geração dos anos 1930 com os dias atuais. As condições em que ambos militaram no Brasil colocavam os trotskistas numa condição que invariavelmente  o isolamento e a perseguição stalinista era a marca. Hoje nós trotskistas, apesar das dificuldades, estamos em outro momento, numa condição mais favorável  no combate pela independência de classe e de defesa das organizações dos trabalhadores. Assim esperamos poder estar a altura do esforço dessa geração de militantes como Fúlvio Abramo e Hermínio Sacchetta. Para nós,  sem sombra de dúvida,  é uma grande  honra poder participar dessa homenagem

 




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